terça-feira, 19 de julho de 2011

tudo sobre o sol

O Sol é uma estrela G2 normal, uma das mais de 100 mil milhões de estrelas na nossa galáxia.
O Sol é de longe o maior objecto no Sistema Solar. Contém mais de 99.8% da massa total do Sistema Solar (Júpiter contém praticamente o resto). Diz-se regularmente que o Sol é uma estrela "vulgar". Isso é verdade no sentido em que existem muitas outras semelhantes. Mas existem muitas mais estrelas pequenas que grandes; o Sol está no top 10% por massa. O tamanho médio das estrelas da nossa galáxia é provavelmente menos de metade da massa do Sol.
O Sol está personificado em muitas mitologias: os Gregos chamavam-lhe Helios e os Romanos Sol.
Actualmente contém 70% de hidrogénio e 28% de hélio na sua massa; tudo o resto ("metais") é menos de 2%. Estas quantidades mudam com o passar do tempo à medida que o Sol converte hidrogénio em hélio no seu núcleo.
As camadas exteriores do Sol exibem rotações diferentes: no equador a superfície completa uma volta em cada 25.4 dias; perto dos pólos chega até aos 36 dias. Este comportamento estranho deve-se ao facto do Sol não ser um corpo sólido como a Terra. Efeitos similares são vistos também nos planetas gasosos. Estas diferenças na sua rotação estendem-se até ao interior do Sol, embora o núcleo gire como um corpo sólido. As condições no núcleo do Sol (aproximadamente os 25% interiores do seu raio) são extremas. A temperatura é de cerca de 15.6 milhões Kelvin e a pressão é de 250 mil milhões de atmosferas. No centro do núcleo a densidade do Sol é mais de 150 vezes a da água.
A energia libertada pelo Sol (3.86e33 ergs/segundo ou 386 mil biliões de megawatts) é produzida através de reacções nucleares. Em cada segundo cerca de 700,000,000 toneladas de hidrogénio são convertidas em cerca de 695,000,000 toneladas de hélio e 5,000,000 toneladas (=3.86e33 ergs) de energia na forma de raios-gama. À medida que viaja para a superfície, esta energia é continuamente absorvida e reemitida a temperaturas cada vez mais baixas. Quando chega à superfície, é na sua maioria luz visível. Nos últimos 20% do caminho até à superfície a energia é transportada mais por convecção do que por radiação.
A superfície do Sol, chamada fotosfera, está a uma temperatura de cerca de 5800 K.
As manchas solares são regiões mais "frias", apenas a 3800 K (aparecem escuras apenas por comparação com as regiões circundantes). As manchas solares podem ser muito grandes, quase chegando aos 50,000 km em diâmetro. São causadas por interacções complicadas e não muito compreendidas entre o campo magnético do Sol.
Uma pequena região conhecida como a cromosfera situa-se acima da fotosfera. Outra região altamente rarefeita acima da cromosfera, chamada a coroa, estende-se milhões de quilómetros no espaço mas é apenas visível durante os eclipses. As temperaturas na coroa podem exceder 1,000,000 K.
O campo magnético do Sol é muito forte (pelos padrões terrestres) e muito complicado. A sua magnetosfera (também conhecida por heliosfera) estende-se para além de Plutão.
Em adição ao calor e luz, o Sol emite também uma corrente de baixa densidade de partículas carregadas (na sua maioria electrões e protões) conhecida como vento solar que se propaga pelo Sistema Solar a 450 km/s. O vento solar e as maiores partículas de energia ejectadas pelas proeminências solares podem ter efeitos dramáticos na Terra, variando entre quebras de electricidade a interferências de rádio ou até às espectaculares auroras.
Dados recentes da sonda Ulysses mostraram que durante a mínima actividade do ciclo solar o vento emanado pelas regiões polares viaja ao dobro da velocidade, 750 km/s, do que a latitudes mais baixas. A composição do vento solar também parece ser diferente nas regiões polares. Durante o máximo solar, no entanto, o vento move-se a uma velocidade média.
Estudos mais aprofundados do vento solar serão feitos pela sonda Wind, lançada recentemente, pela ACE e pela SOHO, no ponto de vantagem situado entre a Terra e o Sol a cerca de 1.6 milhões de km da Terra. O vento solar tem grandes efeitos nas caudas dos cometas e também nas trajectórias das sondas.
Espectaculares "loops" e proeminências são regularmente visíveis no limbo solar.
A libertação de material do Sol não é sempre constante. Nem a quantidade da actividade solar. Existiu um período de baixa actividade de manchas solares na segunda metade do século XVII chamada "Maunder Minimum". Coincide com um período anormalmente frio no norte da Europa às vezes conhecido como Pequena Idade do Gelo. Desde a formação do Sistema Solar que o material libertado pelo Sol aumentou em 40%.
O Sol tem cerca de 4.5 biliões de anos. Desde o seu nascimento usou cerca de metade do seu hidrogénio no núcleo. Irá assim continuar "pacificamente" por outros 5 biliões de anos (embora a sua luminosidade suba para o dobro nessa altura). Mas eventualmente irá ficar sem hidrogénio para queimar. Irá ser forçado a fazer mudanças radicais, embora comuns pelos padrões estelares, o que resultará na total destruição da Terra (e provavelmente na criação de uma nebulosa planetária).
Existem nove planetas e um grande número de objectos mais pequenos orbitando o Sol (exactamente quais os corpos que deveriam ser classificados como planetas e quais como "objectos mais pequenos" tem sido fonte de alguma controvérsia, mas no fundo é tudo uma questão de definição).
DADOS
Massa (kg)1.989e+30
Massa (Terra = 1)332,830
Raio equatorial (km)695,000
Raio equatorial (Terra = 1)108.97
Densidade média (gm/cm^3)1.410
Período de rotação (dias)25-36
Velocidade de escape (km/s)618.02
Luminosidade (ergs/s)3.827e33
Magnitude (Vo)-26.8
Temperatura média à superfície6,000ºC
Idade (biliões de anos)4.5
Compostos
Hidrogénio
Hélio
Oxigénio
Carbono
Nitrogénio
Néon
Ferro
Sílica
Magnésio
Enxofre
Outros

92.1%
7.8%
0.061%
0.030%
0.0084%
0.0076%
0.0037%
0.0031%
0.0024%
0.0015%
0.0015%
 
DATAS IMPORTANTES
585 AC
 
Primeiro eclipse solar previsto com êxito.
 
1610Galileu observa manchas com o seu telescópio.
1650-1715Descoberto o mínimo solar.
1854Feita a primeira ligação entre a actividade solar e a actividade geomagnética.
1868Observadas pela primeira vez linhas de hélio no espectro solar.
1942Pela primeira vez, observadas as emissões de rádio do Sol.
1946Descoberta a temperatura da coroa (1,000,000 K).
1959Primeiras observações directas do vento solar pela Mariner 2.
1973-74A Skylab observa o Sol, descobrindo os buracos coronais.
1982Primeiras observações de neutrões de um protuberância solar pela Solar Maxiumum Mission (SMM).
1991O satélite japonês Yohkoh estuda os raios-x e raios-gama.
1994-95 & 2000-01A missão Ulisses da NASA/ESA estuda as regiões polares do Sol.
1995Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) da ESA/NASA estuda o interior, atmosfera e vento do Sol.
1998O satélite da NASA Transition Region and Coronal Explorer observa a fotosfera, a região de transição e a coroa.

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